Complexo Penitenciário Carandiru![]() O projeto do presídio que venceu a licitação foi inspirado no Centre pénitentiaire de Fresnes, na França, no modelo "espinha de peixe" (que ainda existe - em funcionamento até hoje - nos arredores de Paris) e recebeu o título de "Laboravi Fidenter". Foi elaborado pelo engenheiro-arquiteto Samuel das Neves, tendo, no decorrer de sua execução, sofrido algumas adequações feitas por Ramos de Azevedo, razão pela qual esse último costuma ser citado, incorretamente, como sendo seu autor. A construção dos dois pavilhões originais do Complexo Penitenciário do Carandiru ficou a cargo do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, e foi executada segundo as mais modernas técnicas existentes na época, utilizando os melhores materiais, a maioria deles importados. O custo da obra, inicialmente orçado em cerca de sete mil contos de réis, atingiu cerca de catorze mil contos de réis. Para se ter uma idéia do que significavam esses valores, na época, uma cadeia comum podia ser construída por mil contos de réis. Por duas décadas, de 1920 a 1940 - ano em que atingiu sua capacidade projetada máxima de 1 200 detentos - o Complexo Penitenciário do Carandiru, então chamado Instituto de Regeneração, foi considerado um padrão de excelência nas Américas, atraindo a visita de inúmeros políticos, estudantes de direito, autoridades jurídicas italianas e até mesmo personalidades como Claude Lévi-Strauss, que vinham a São Paulo para visitá-la. Em 1936 Stefan Zweig – amigo de Sigmund Freud - escreveu em seu livro Encontros com homens livros e países "que a limpeza e a higiene exemplares faziam com que o Complexo Penitenciário do Carandiru se transformasse em uma fábrica de trabalho. Eram os presos que faziam o pão, preparavam os medicamentos, prestavam os serviços na clínica e no hospital, plantavam legumes, lavavam a roupa, faziam pinturas e desenhos e tinham aulas." O Complexo Penitenciário do Carandiru era aberta à visitação pública e chegou a ser considerada um dos cartões postais da cidade de São Paulo. Numa das várias tentativas de resolver esses problemas de superlotação foi construída a Casa de Detenção, concluída em 1956 no governo de Jânio Quadros, que elevou sua capacidade para 3 250 detentos, mas que - ao mesmo tempo - era um anexo cuja arquitetura não se adequava totalmente ao projeto original do Complexo Penitenciário do Carandiru, embora fosse adequado aos padrões da época. Desde então a história do Complexo Penitenciário do Carandiru passa a ser não mais acabar de crises e rebeliões, que culminam com os famosos massacres de 1992, quando ali as autoridades penitenciárias amontoavam, em péssimas condições, cerca de oito mil detentos. Um dos fatos mais conhecidos da história do presídio ocorreu em 1992, quando 111 detentos foram mortos pela Polícia Militar de São Paulo durante uma rebelião, os quais resistiram às investidas policiais. Esse fato teve grande repercussão nacional e internacional. A canção "Diário de um detento", do grupo de rap Racionais MC's, versa a respeito do que ficou conhecido como "o massacre do Carandiru". Segundo muitos presos, o número oficial está abaixo da realidade, já que se afirma que pelo menos 250 detentos foram mortos na invasão. Em 1998 foi criado o grupo Detentos do Rap no interior do Complexo Penitenciário do Carandiru. O grupo gravou dois álbuns dentro do presídio, obtendo uma vendagem alta de cópias para o mercado brasileiro de rap. O governo do estado de São Paulo construiu um grande parque no local, o Parque da Juventude, além de instituições educacionais e de cultura.
Fonte:Wikipedia
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